domingo, 7 de setembro de 2014

Prosa

Naqueles olhos
Todas as palavras
Diziam...
Que não precisava
Ser dito mais nada!

E, enquanto aqueles falavam
As mãos atentamente
Escutavam... palmo a palmo...

Devoção silenciosa
A um tipo de prosa
Onde todos os sentidos
Nos fazem falar.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Pedido

Me tirem os anéis,
As chaves,
Os papéis,
Os documentos,
A Torre Eiffel,
As pirâmides do Egito,
Todos os monumentos!
Mas não me tirem
A fé,
O vento no rosto,
Os abraços apertados,
As mãos dadas,
Os sorrisos francos,
Os beijos carinhosos!
Me deixem com
A capacidade insana
De olhar para o mundo
E acreditar
Nas pessoas,
Nos sonhos,
E que o melhor ainda está por vir...




sexta-feira, 11 de julho de 2014

Fado

Um gato preguiçoso no sofá,
Sol espiando pela janela,
Vento cantando;
E os olhos cheios...
De fado,
Desses acordes!
De uma doçura triste,
Terna,
Que espera
O abrir das janelas
Para voar...

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Dança


O sol partiu!
Estamos...
As estrelas,
Eu, e o meu vestido
Te esperando
Para dançar.


Tu, música
Que me leva!
Que mexe com a minha alma,
Minhas pernas,
Meus quadris,
Todo o meu corpo...
Da ponta dos pés
Até o pescoço!

Tu, todo música
E eu, tua bailarina...

terça-feira, 24 de junho de 2014

Teus olhos



Teus olhos
Tem aquela luz
Que não ofusca...
Hipnotiza!

São capazes de
Desvelar qualquer cortina!

Teus olhos
Queimam!
Chamam
Os meus
E eu vou...

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Velejar



Na boca...
Um pequeno Mar
Sob um céu sem estrelas
Que se pode navegar!
Sal,
Doçura,
Brisa quente,
Procura...
Línguas à deriva!
O beijo
Revela
O que não se pode calar.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Paixão...



A inquietude
Que me habita,
Os beijos
Que guardo
No canto dos lábios,
Meus batimentos
Mais acelerados;
Todos os abraços
Que ainda vou dar...

Causados por
Um “mal” sem fim:
Um amor por amar!
Ai! Ai de mim!
Sempre apaixonada
Por tudo e por nada...
Mas sou uma pessoa engraçada
Feliz por minha “desgraça”.

Coleção


Coleciono sonhos...

Delicados,
Ousados,
Perfumados,
Transpirados,
Inspirados...

Indistintamente!

Sei...que quando
Fecho os olhos
Me entrego,
Por inteira!
Sem medo
Sem fronteiras...

Instintivamente!

E, assim,
Essa devoção
Silenciosa
Me faz falar...
Através de cada linha onírica
Que sou capaz de criar.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Deixe...


Não tema!

Deixe que a minha luz
Te ofusque;
Que os meus olhos
Te naufraguem;
E que o meu hálito
Te embriague...
Deixe que o balanço
Dos meus cabelos
Te faça dançar!

Não há porque o temor,
Se o que te ofereço é simples...
Amor!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Lume


O frio lá fora
Pode até bater na porta
Que aqui dentro...ele finda!

Queimo...

Por maior que seja
Minha delicadeza
Ela termina...
Quando o fogo começa.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Piano


Cada nota do piano
Que o meu coração toca
São doces,
Necessárias...
São lágrimas!

Fugidas nos olhos,
Correndo pelo rosto;
Algumas escorrem em meu pescoço...
E, assim, tu me percorres.

Notas?
Lágrimas!
Que me fazem conhecer o teu gosto,
Nas que morrem na boca...
Deixando um pouco
De um tanto a-mar,
De um tanto de “sal”-dade,
De um pouco de ti...em mim...

sábado, 10 de maio de 2014

Entendi-(senti)mento!



Finalmente compreendi
O que o meu coração
Teimosamente dizia
E, eu havia
Tentado esquecer...

Como se uma cortina
Fosse aberta
E a luz da manhã
Inundasse abruptamente
Retinas...janelas!

E, entendi com ternura
[sem culpa!]
A alegria que a tua figura
Causa a todo o meu ser...

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Buquê!


E diante de ti
Chego com as minhas
Mãos aparentemente
Vazias...
Mas se olhares
Com mais cuidado,
Verás que entre os meus braços
Trago um ramalhete de mim!

É um presente modesto...bem sei...
Um eu-em- flores!
Mas te asseguro que aonde fores
Levarás contigo
Um perfume do carinho
De meu pequeno jardim.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Nerudando


Eu poderia escrever os versos mais tristes
Esta noite!
Eu o quis, e às vezes ele também me quis.
E assim, como as fases da lua
O querer também cresce, míngua... muda!
Prefiro, então,
Deixar a minha boca
Te dizer sem culpa
Apenas com o toque de línguas puras;
Que mesmo que tu não sejas meu
E nem eu tua,
Ficaremos com a lembrança:
O desejo...
Sempre uma fagulha!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Linhas


Minhas linhas
Não são retas,
Mas curvas...
E ao se encontram
Com as tuas,
Naturalmente se despem...
Convergem...
E assim, nuas,
Vão desenhando
Tantas possibilidades,
Tracejando muitos lugares!
Como no céu
De tua boca
Onde ora vejo as estrelas
E ora a Lua...