quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sonhos de Alice


Adormeço,
Acordo para dentro.
Te vejo
Não creio!
Coração acelerado,
Mesmo que machucado.
Conto os passos
Para chegar perto de ti.

Quero ouvir a tua voz
Dizendo: O tempo parou
Naquele abraço!
E que sentes o meu calor.
Mas o que ouço
São apenas teus olhos
Que mesmo tristes admitem:
O tempo passou!

Sou inundada por lágrimas,
Não há rimas, palavras,
Só lágrimas!
Quero correr para longe.
Não quero que me vejas cair!
Resisto...
Tropeço... no que sinto por ti.

Abro os olhos
E percebo
Que se “morre” aos poucos vivendo,
Que antídotos também são venenos,
E que não se foge de si.

sábado, 26 de novembro de 2011

Cantando


Não me julgue pela aparência!
Não faça previsões sobre mim,
Nadar no raso pode ser seguro
Mas apenas molha,
Não encharca...não alaga!
Não mostra o que existe mais ao fundo.

Olhar é fácil é preciso enxergar,
Tocar é pouco é preciso sentir,
Passar é vago é necessário ficar.

Então, descortinando os medos,
É possível escutar o canto
De quem apenas quer dar voz
As desejosas vontades,
De quem se faz estando!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

In Luz


Estou abandonando
Deixando,
Lançando,
O que não quero!
E...
Mudando,
Renovando,
Os votos que fiz a mim...

Sorrir ainda que doa,
Dançar ainda que chova,
Incendiar ainda que gele,
Brilhar ainda que escureça,
Pescar ainda que ilusões,
Fechar meus olhos para o mal!

Abro... minha alma,
Minha calma,
Minha casa,
À luz!
Sol que nasce
Do acreditar
Que somos capazes de nos fazermos felizes.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Se acaso


Por acaso ti vi,
Força estranha
Que te coloca tanto diante
Quanto te afasta de mim.

Foi só um caso... nada mais!
Uma mera eventualidade,
Fugaz felicidade,
Talvez toda alegria seja assim.

E naquela mesma esquina
Onde tuas pernas laçaram as minhas,
Te vejo em novas companhias.
Caos presente, águas correntes,
Que movem moinhos
Triturando meu fervor.

Passo ao teu lado
Passado presente,
Presença ausente,
Distância tão íntima,
De quem conheceu o avesso... as entranhas!

Bato a porta,
Mas não importa...às chaves não estão mais aqui,
O acaso tirou-as de mim.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na Terra do Nunca


É a gente cresce...
A gente cresce?
Saí da casca,
Ganha o mundo,
Olha para baixo e os pés ficam mais longe.
E a natureza diz: Você cresceu!
E o espelho diz: Você amadureceu!
E mesmo assim
Ainda insistem em nos dizer...
O que vestir, dizer, o modo como devemos nos comportar.

Um mundo onde nos é permitido
Esticar as cordas, mas nunca arrebentá-las,
Onde quem ouça ser...padece em meio ao ter,
Onde o amor é palavra musicada,
Alto valor no mercado fonográfico...mas apenas uma palavra desgastada.
Onde ser livre é uma referência cruel...de que ainda estamos presos...
Sim crescemos! E conosco as correntes.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Alvorar


Muitas vezes
Tudo o que precisamos para acordar
É apenas um feixe de luz!

Depois de momentos no escuro,
A claridade entrando vagarosamente pelas frestas
Desperta!

E quando invade a alma?!
Nos acorda para dentro,
Nos tira do relento do medo,
Nos abriga no calor luminoso,
Que como um abraço jeitoso
Faz de nós nossa melhor morada.

Façamo-nos luz!
Façamo-nos Sol!
Irradiando alegria,
Em feixe...em raios...
Em sorrisos...por que viver é preciso
E alvorecer também!