quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Chama



Em dias de adeus
Todas as marcas do tempo
Ganham força!

E as mais fortes
São aquelas
Que ficaram nas entrelinhas,
No silêncio,
Nas palavras e ações
Não ditas.

Deixar ir
Doi!
O instante do "não"...
Não mais,
Sem outro dia,
Outra oportunidade,
Outra hora...
Doi demais.

O Inevitável...

Porém, há sempre poréns...ainda bem!
Podemos salvaguardar para nós
Todos aqueles rompantes,
Momentos irracionais,
Onde nosso coração tomou a frente
E nos fez saltar...valentes!

Arriscar o olhar,
Um abraço,
Um eu te amo a tanto contido,
O perdão que nós reprimimos,
Um obrigado,
Uma briga,
Uma lágrima,
Abrir as feridas,
O estender a mão...
Nada disso será em vão,
Porque foi feito!

Traços de vida...
Obra sempre em construção,
Nunca inacabada...mas emoldurada
Por histórias em transição.
E quando se fazem os riscos,
Há risco de deixarmos
Um pouco de nós em cores,
Dores,
Lembranças,
Amores...
No que fomos capazes
De entregar,
No que nos permitimos
Iluminar,
Pela chama
Que queimamos...antes
Do apagar.



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entre mãos




A noite sempre é um momento interessante, meio “entregante”...com a falta de luz a gente meio que se desperta e se mostra mais. E com ela não seria diferente. Vestido de flores, cabelos soltos e batom vermelho, sonhos sobre saltos...saltavam aos olhos.
Havia uma hipnose no ar, uma embriaguez permitida, uma dose de vontade que a cada gole a deixavam mais perto daquela por trás de seu olhar. O velho bar, com velhas músicas, mas por maior que fosse a familiaridade ela era nova ali, e, tudo o que almejava era o encontro, só mais um...última prova, por aprova a pitada nova de seu sal. Olhava a porta, a cada meia hora...nada! E então, ela esqueceu. Resolveu dançar. Levantou do lugar, fechou os olhos e começou a flutuar. Flores em festa! No seu corpo o vestido agora era a primavera, cabelo entrelaçado por suas mãos( ora no corpo ora no ar), céu da boca estrelado. Perfume no ar, mas não é sempre assim quando uma flor começa a desabrochar? Abriam-se botões no vestido, sorriso, olhar, e, tudo por causa do azul, das pedras... e da guitarra que não os deixava de tocar. Todos podiam pensar: enlouquecera! Pouco importava. Ela encontrou o que tinha ido buscar...a alegria sempre estivera nas mãos...nas suas e em nenhum outro lugar.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Passarinhando




Eu vi!
Vi um homem de bicicleta,
Que subindo a rua
Assoviava assim:
Fufu..fufufuuuuu!
Chapéu,
Sapatos,
Calça de sair,
Alegria -gigante...elegante!

Não sei se era o Sol,
Se era o vento,
Se era a pedalada,
Ou seu destino,
Mas a subida não o desmotivava.

Fifufufifufi...
Sorrindo...

Cantarolando sozinho.
Não sei aonde ia,
Mas quem começa um dia assim
É quase passarinho,
Pedalando ou andando
Faz seu caminho...voando!


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Com-tempo-ação...




Resignação,
Contemplação,
Meditação,
Na quietude
Pode haver ação?
Provavelmente, e contrariando
Muitos... talvez, não exista
Um lugar onde o sossego
Se faça presente.
No futuro? Nos sonhos?
Certamente, não dentro da gente.

Nossos desejos gritam,
Nossas inquietações são insones,
Nossos amores famintos,
Há milhares em nós!

Tantos nós... amarrando nossas vidas.

Damos as cordas,
A música,
As notas,
E o silêncio...é sempre cheio de sons...
Ecoando...
A trajetória,
A rota...a paixão...
No fim ou no começo,
Sob luzes ou na escuridão,
Movemo-nos...ação!



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Brave





A diferença entre dizer um sim ou um não,
Encontra-se próximo ...no talvez!
Aquele caminho fantástico,
Misterioso, enigmático,
Cheio de histórias possíveis,
E no qual poderíamos estar.

Um sim pode levar ao Sol,
Um não a Lua,
Todavia, todas as caminhadas são profundas.
Se jogar a moeda
A mão ainda assim é sua.

Todas as respostas
Nos empurram inevitavelmente
Para algum lugar.
E então, vem à pergunta:
Será que é aqui que eu deveria estar?

Corajoso...
É aquele que não teme as escolhas que se dá.