domingo, 26 de junho de 2011

Estação



Em um dia frio
De nuvens cinzas e pouco anil,
O silêncio de andar nas ruas
Nunca se faz vazio.

No eco dos meus passos,
Caminha junto
E sempre ao meu lado
Palavras, sentimentos, fatos.

Palavras que precisam ser ditas,
Sentimentos que precisam ser vividos,
E fatos...que não devem ser esquecidos.

E então o vento sopra meus cabelos
E entendo: digo, sinto e vivo!
Coração quente e incandescente.

Que sopre o vento,
Que as folhas caiam,
O frio mundo não é mundo para se estar,
Mas o frio do inverno é estação...e vai passar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Alento


Nas extensões dos corpos
Onde as veias pulsam calor,
Há curvas nuas,
Onde nossas expectativas
Emoldurassem pela luz.

Fugaz momento
Onde não há pensamento,
Só alento, sussurros, confissões...
Doce tormento!
Onde não resistimos à invasão,
Quando nos permitimos render,
Quando nos entregamos...
Ao tato, ao olfato...ao prazer.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Com-sentimento


Se você me der licença
Vou beijar o Vento,
Sorrir para a Lua,
Abraçar o Mar,
Dançar com a Chuva.

Se você me der licença
Vou colorir as nuvens,
Brincar com as Estrelas,
Navegar na Grama,
Vou...sonhar!

Permita-me!
Permita-ser!
Infinitas possibilidades
Diante de mim e de você.

Ser fada ou bruxa,
Gata ou Vira-lata,
Simples ou complicada,
Da direita ou do avesso.

E ainda que ignores o fato,
E não me consintas esse regalo,
Lamento!
Mas não posso deixar de buscar.
Tenho asas!
E nenhuma gaiola pode me aprisionar!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pouso


Estou precisando daquele canto,
Daquele manto,
De um descanso,
De aconchego...de sossego.
.
Estou precisando de um carinho,
E um pouquinho
De compreensão,
De um sorriso largo,
De mãos estendidas às quais possa chamar de amigas.

Estou precisando esquecer às mágoas,
Enxugar às lágrimas,
E só ouvir palavras que me lembrem
Que vale a caminhada!

Estou precisando de um abraço!
Que feito laço não me deixa ir,
E onde tal qual um pássaro,
Eu encontre um pouso e desafogue um pouco,
As águas passadas, das quedas constantes,
Do medo petrificante, diante da brutalidade
De algumas almas que já não sabem sorrir.