terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Afagos


Dos pássaros
Aos nados,
Afagos,
Abraços apertados,
Céu encantado
Eclipsado por nós!

Lados opostos
Que se tocam
Mas não mudam.
Ouvimos a voz!
E sussurros profundos...
De sonhos escondidos...

Seguimos inebriados,
Manchados,
De branco e tinto,
Seco e doce,
Sol e chuva...
Almas nuas.

Das estrelas
Ao mar,
Beijar,
Dar as mãos,
Soprando para longe
Nossos medos e aflição!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Farol


Noite quente...
Ondas nos jogam,
Molham,
Espumam,
Transbordam.

À vela
Ascende... o querer,
Sopra,
Desloca,
Queima...teima em queimar.

Seguimos a rota
Sem bússolas,
Cartas, mapas.
Somos ofuscados pela luz...
Farol,
Faro,
Hálito,
Saliva...guia!

Impossível não naufragar!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Eco


O que eu queria você não pode me dar.
O que te dei você não soube receber.
Caminhei no escuro,
Sem pouso,
Sem rumo,
Me afoguei no teu mar.

Improvável retorno
Entre o inspirar e o respirar,
Entre o temer e o se entregar.
Aquela que foi
Não voltou,
Tudo sempre muda...e mudou.

Ainda escuto o eco
De um sentimento
Cultivado, delicado,
Envolto em segredos
De um livro aberto...
Coração sincero.

O que queremos nem sempre coincide
Com o que recebemos.
Já o que fazemos é sempre parte do que buscamos.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Presente


Pense em um presente!
Pense no que pode oferecer.
Um sorriso,
Um abraço,
Um verso,
Um risco mal traçado,
Pedaços ...de ti!

O que aos olhos de alguns pode parecer pouco,
Mas que é “o muito” que muitos precisam.
O que no coração de alguns é distante,
E o que no de outros é jardim!

Oferecendo simplesmente
O que é abundante
Água corrente,
Fonte...nascente
Que não seca...transborda!

Entrega sem reservas
Divisão multiplicada,
Na segurança de saber
Que se conceder ao outro
É abandonar o medo
De se perder.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Gratidão


Quebrei o muro
Já não lamento
Sento, paro, penso,
Escuto o vento
Agradeço!
E mesmo que imperfeita
Acredito nas estrelas,
Espero que elas também
Acreditem em mim.

Atravessamos o mesmo rio tantas vezes
Que esquecemos :
Que o rio sempre muda...
Outras águas, mas ainda assim águas
Para saciar a sede,
Para lavar a alma!

Vida em ondas...
Felicidade a vela
Precipitando-se no mundo.
Acreditando...
Que o melhor sempre está por vir.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Especiarias


O que nos torna especiais?
Cor de cabelo, olhos, corpo...
O reflexo que observamos no espelho?
Somos mais do que supomos,
Somos bem mais quando pensamos!

Nossa distinção
Reside em outra dimensão!
Nos olhos que vêem,
Na cabeça que se ornamenta de ideias,
No corpo que busca complemento,
No não temer...o simples viver!

Simplicidade complicada,
Que busca sua morada
Na peculiaridade,
No fora do comum,
De ser um em meio a muitos,
De ir inventando e temperando
Experimentando cores, dores, amores...sabores,
Do amargo ao doce!
Especiarias de quem se arrisca
Em fazer para si alquimia.

Deixando de querer apenas o mesmo!
Lugar seguro
E de quem tem medo
Das possibilidades presentes
Na autenticidade.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sonhos de Alice


Adormeço,
Acordo para dentro.
Te vejo
Não creio!
Coração acelerado,
Mesmo que machucado.
Conto os passos
Para chegar perto de ti.

Quero ouvir a tua voz
Dizendo: O tempo parou
Naquele abraço!
E que sentes o meu calor.
Mas o que ouço
São apenas teus olhos
Que mesmo tristes admitem:
O tempo passou!

Sou inundada por lágrimas,
Não há rimas, palavras,
Só lágrimas!
Quero correr para longe.
Não quero que me vejas cair!
Resisto...
Tropeço... no que sinto por ti.

Abro os olhos
E percebo
Que se “morre” aos poucos vivendo,
Que antídotos também são venenos,
E que não se foge de si.

sábado, 26 de novembro de 2011

Cantando


Não me julgue pela aparência!
Não faça previsões sobre mim,
Nadar no raso pode ser seguro
Mas apenas molha,
Não encharca...não alaga!
Não mostra o que existe mais ao fundo.

Olhar é fácil é preciso enxergar,
Tocar é pouco é preciso sentir,
Passar é vago é necessário ficar.

Então, descortinando os medos,
É possível escutar o canto
De quem apenas quer dar voz
As desejosas vontades,
De quem se faz estando!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

In Luz


Estou abandonando
Deixando,
Lançando,
O que não quero!
E...
Mudando,
Renovando,
Os votos que fiz a mim...

Sorrir ainda que doa,
Dançar ainda que chova,
Incendiar ainda que gele,
Brilhar ainda que escureça,
Pescar ainda que ilusões,
Fechar meus olhos para o mal!

Abro... minha alma,
Minha calma,
Minha casa,
À luz!
Sol que nasce
Do acreditar
Que somos capazes de nos fazermos felizes.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Se acaso


Por acaso ti vi,
Força estranha
Que te coloca tanto diante
Quanto te afasta de mim.

Foi só um caso... nada mais!
Uma mera eventualidade,
Fugaz felicidade,
Talvez toda alegria seja assim.

E naquela mesma esquina
Onde tuas pernas laçaram as minhas,
Te vejo em novas companhias.
Caos presente, águas correntes,
Que movem moinhos
Triturando meu fervor.

Passo ao teu lado
Passado presente,
Presença ausente,
Distância tão íntima,
De quem conheceu o avesso... as entranhas!

Bato a porta,
Mas não importa...às chaves não estão mais aqui,
O acaso tirou-as de mim.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Na Terra do Nunca


É a gente cresce...
A gente cresce?
Saí da casca,
Ganha o mundo,
Olha para baixo e os pés ficam mais longe.
E a natureza diz: Você cresceu!
E o espelho diz: Você amadureceu!
E mesmo assim
Ainda insistem em nos dizer...
O que vestir, dizer, o modo como devemos nos comportar.

Um mundo onde nos é permitido
Esticar as cordas, mas nunca arrebentá-las,
Onde quem ouça ser...padece em meio ao ter,
Onde o amor é palavra musicada,
Alto valor no mercado fonográfico...mas apenas uma palavra desgastada.
Onde ser livre é uma referência cruel...de que ainda estamos presos...
Sim crescemos! E conosco as correntes.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Alvorar


Muitas vezes
Tudo o que precisamos para acordar
É apenas um feixe de luz!

Depois de momentos no escuro,
A claridade entrando vagarosamente pelas frestas
Desperta!

E quando invade a alma?!
Nos acorda para dentro,
Nos tira do relento do medo,
Nos abriga no calor luminoso,
Que como um abraço jeitoso
Faz de nós nossa melhor morada.

Façamo-nos luz!
Façamo-nos Sol!
Irradiando alegria,
Em feixe...em raios...
Em sorrisos...por que viver é preciso
E alvorecer também!

domingo, 23 de outubro de 2011

Des-coberta


Eu não me arrependo dos passos dados,
De pedras em meus sapatos,
Nem dos tropeços...
São necessários.

Não me arrependo das palavras ditas,
De lágrimas caídas,
Sendo sinceras...
São lindas.

Não me arrependo
Do medo, da coragem,
Da entrega,
De minhas viagens...
Solitárias, porém, sempre estelares.

E se alguém me perguntar por onde ando
Respondo: no encanto...
Pela vida que me chama,
Pelo amor a que ela entrego.

domingo, 9 de outubro de 2011

Fazendo arte


Não sou de ninguém
E ninguém pertence a mim!
Sempre é melhor assim.

Liberdade de ir e vir...
Vou danço,
Volto descanso.

O que quero?
Preciso dizer? Viver!
Apostar no improvável,
Acreditar no impossível,
Arriscar.

Riscando de tantas cores
Meu céu particular que,
Lua e Sol podem se tocar.

Então...minhas mãos estão na obra,
E se o que toco não vira ouro,
Ainda assim, é meu...meu tesouro...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em chuva


Eu não queria te querer,
Mas quero...confesso!
E mesmo que morda meus lábios,
Meus olhos falam por mim.

Eu queria apenas esquecer,
Mas lembro...não nego.
E mesmo quando durmo,
Meus sonhos te trazem para mim.

E as horas passam
E não bates a minha porta.
Chega a tormenta...
Trovoadas em meu corpo,
Relampejo, tremo...

...toco o chão.
E ainda que queira,
Que lembre,
Acordo.
É preciso parar de chover!

domingo, 25 de setembro de 2011

Migr-ação


Deixar minhas asas abertas
Voar,
Por que não?

Esquecer o medo,
O Limite é sempre o chão.
E se cair e machucar?
O remédio...levantar!

Cicatrizes nas mãos,
Nos joelhos e
No coração.

Cortando a água,
Queimando a chuva,
Tropeçando na luz,
Saindo em busca...

Fora de casulos,
Casas, Armaduras,
Molduras...
Dos ninhos.

domingo, 11 de setembro de 2011

Prontidão


Me vesti de flores,
Me perfumei de amores ,
Caprichosa toalete,
Vida em leque!

Toquei no céu,
Seduzi o mar,
Chorei com o vento,
Encontrei um lar.

Olhos marejados,
Coração flamejante,
Pés em ponta,
Sentimentos em lança.

Desci da torre... enfrentei o dragão,
Pus a salvo a alma e a espada,
Forjadas por minhas mãos.

Bravura onírica,
Que mancha a realidade cinza.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A beijar


Quero te dar um presente:
Um beijo!
Só preciso da permissão,
Um gesto, um olhar,
Que não me impeçam
De parar.

Quero congelar o tempo
Fitar teus olhos bem de perto,
Sentir teu cheiro
E então te aspirar.
Te entregando assim algumas pérolas
Que cultivo em minha língua,
Na saliva... meu pequeno mar.

Não precisas dizer nada
Só aceitar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pequeno em construção


Doce o menino que vejo
Olhos grandes,
Sorriso imenso,
Sumiu o medo!

Mãos cheias de notas
Que poderiam embalar meus sonhos,
Afagam outros,
Mas ainda assim me tocas!

Um menino emoldurado por um céu rosa,
Sem freios, limites ou portas
Seguiu o caminho da costa,
Traçando rumos na busca por respostas.

E longe...longe...
Acabou entendendo,
Que mesmo crescendo
Se pode ser feliz!



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Rotação


Na noite me dispo de mim,
No dia me visto de luz.

No escuro escondo meus medos,
No claro o riso conduz.

Na Lua encontro os meus sonhos,
No Sol desperto... pro- incerto.

Longas noites têm meus dias,
Quentes tardes têm meu quarto,
Sol e Lua se revezam
Enquanto espero o teu abraço.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Abra-te


Quantas vezes o amor bate a nossa porta?
Uma, duas, ou mais?
Não importa.

De uma estadia breve a...
Minutos... horas,
Dias ou anos,
O tempo é suficiente e diferente
Para cada um...para cada dois.

Então abra-te...Sés-amor!
E mesmo que roubem teu coração,
Sempre se fica mais “rico” depois.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Despertar


E mais uma vez você venho em sonho,
Acordando de novo
O que escondo de mim.

Você chorava,
Mas as lágrimas eram minhas.
Você abraçava,
E era eu quem queria estar entrelaçada.

Você me beijava...
Era sonho,
Um doce sonho,
Porém, eu quem fui devorada.

Acordo,
Recordo,
Transformo...
Guardo em meu baú, assim te tenho aqui.

Breves são os sonhos,
Despertar,
Porém, é sempre tão demorado assim?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma Nota Só


Na madrugada,
No escuro,
No silêncio,
Sou eu, as paredes e os meus pensamentos.

Introspecção não pode ser repartida
Só sentida...na só-lidão.
Sólidos momentos,
Duros sentimentos.

E a luz? Procuro por luz...
Velas, lâmpadas, ou lanternas,
Pequenas fagulhas que iluminem meu coração!
Onde as brasas tornem-se chamas em mim.

Na madrugada,
Na alvura,
Na música,
Sou eu, a esperança e as lágrimas.

domingo, 26 de junho de 2011

Estação



Em um dia frio
De nuvens cinzas e pouco anil,
O silêncio de andar nas ruas
Nunca se faz vazio.

No eco dos meus passos,
Caminha junto
E sempre ao meu lado
Palavras, sentimentos, fatos.

Palavras que precisam ser ditas,
Sentimentos que precisam ser vividos,
E fatos...que não devem ser esquecidos.

E então o vento sopra meus cabelos
E entendo: digo, sinto e vivo!
Coração quente e incandescente.

Que sopre o vento,
Que as folhas caiam,
O frio mundo não é mundo para se estar,
Mas o frio do inverno é estação...e vai passar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Alento


Nas extensões dos corpos
Onde as veias pulsam calor,
Há curvas nuas,
Onde nossas expectativas
Emoldurassem pela luz.

Fugaz momento
Onde não há pensamento,
Só alento, sussurros, confissões...
Doce tormento!
Onde não resistimos à invasão,
Quando nos permitimos render,
Quando nos entregamos...
Ao tato, ao olfato...ao prazer.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Com-sentimento


Se você me der licença
Vou beijar o Vento,
Sorrir para a Lua,
Abraçar o Mar,
Dançar com a Chuva.

Se você me der licença
Vou colorir as nuvens,
Brincar com as Estrelas,
Navegar na Grama,
Vou...sonhar!

Permita-me!
Permita-ser!
Infinitas possibilidades
Diante de mim e de você.

Ser fada ou bruxa,
Gata ou Vira-lata,
Simples ou complicada,
Da direita ou do avesso.

E ainda que ignores o fato,
E não me consintas esse regalo,
Lamento!
Mas não posso deixar de buscar.
Tenho asas!
E nenhuma gaiola pode me aprisionar!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pouso


Estou precisando daquele canto,
Daquele manto,
De um descanso,
De aconchego...de sossego.
.
Estou precisando de um carinho,
E um pouquinho
De compreensão,
De um sorriso largo,
De mãos estendidas às quais possa chamar de amigas.

Estou precisando esquecer às mágoas,
Enxugar às lágrimas,
E só ouvir palavras que me lembrem
Que vale a caminhada!

Estou precisando de um abraço!
Que feito laço não me deixa ir,
E onde tal qual um pássaro,
Eu encontre um pouso e desafogue um pouco,
As águas passadas, das quedas constantes,
Do medo petrificante, diante da brutalidade
De algumas almas que já não sabem sorrir.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Ruínas


Largue o espelho,
Esqueça o cabelo,
A beleza não está aí,
Fica além dos teus domínios!

Não me lembre dos meus erros,
Se os cometo, ou cometi.
Foram por momentos...
Repartidos, vividos...
Agora, já...esquecidos!
És póstumo em mim.

Ruíram castelos que jamais ergui,
Restaram as pedras,
E a pergunta que insiste em insistir:
É o que faço com elas?
Construo muros, ou, as devolvo a ti?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Entregue


Quando te penso
Te invento,
Te sinto,
Te rimo.

Quando te toco
Eu tremo,
Eu esqueço,
Eu exploro.

Quando te bebo
Me embriago,
Me permito,
Me aqueço.

Quando te vejo
Lembro,
Entendo,
Faz sentido...

Minhas invenções,
Minhas rimas,
Meus tremores,
Meu entorpecimento...
Meus desejos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Encantada


Das infinitas partículas de que somos compostos,
De infinitos mistérios que nos circundam,
Eu...sempre fico com a imagem de um dia lindo!
O sol, o vento, às árvores...
O ar que respiro responde: Sim, vives!

Das texturas e matizes que dão cor a minha tela,
Da luz que adentra a janela,
As batidas do coração ganham forma em primavera!
Minha solidão temporária se perde na companhia
Do tudo...que busco, que sinto...

Então...sou feliz!
Repleta de emoção.

sábado, 30 de abril de 2011

Estre-lar


"Ouvir estrelas" disse o poeta
É coisa para poucos,
Para loucos,
Que não temem se ferir.

"Ouvir estrelas" me parece
Proferir fé,
Ficar de pé,
E da emoção...não fugir!

Ouvi as estrelas me chamando
Me convidando a brincar,
E quem recusaria tal convite
Quando tudo o que se quer
... é amar?!

sábado, 23 de abril de 2011

Se...


“Se”
Partícula esmagadora do meu eu
Que divide alguns momentos
Entre o que foram e o que poderiam...que seriam,
Se...

Se quisesse ligar
Se quisesse lembrar
Se quisesse...apenas

Mas não!
Então o “se” fosse diferente não foi
O “se” a paixão não acabasse... acabou.
O “se” não existiu... e só existe para mim.

Que deveria esquecer,
Que preciso esquecer,
Mesmo... "se" ainda te tenho aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Na direção



Olhar a frente e não ver parada
Só estrada, chão, estrada.
Reconfortante é a imagem da chegada
Abraços, sorrisos, sentir-se amada.

Não será importante o caminho, apenas a caminhada?
Escolhas postas se fazem entrelaçadas
Se não carregamos nenhuma cruz,
Ainda enfrentamos encruzilhadas.

E o Sol que alumia o dia,
E a Lua que floresce a noite,
Minha bagagem de mão:
Meus pensamentos...meu coração!

Pisando pedras,
Comendo poeira,
Subidas,
Descidas.
É caminhada...é vida.

sábado, 26 de março de 2011

Dois



Às vezes é preciso...deixar,
Abandonar,
Dançar...conforme a vida!

Às vezes é preciso ousar,
Avançar,
Buscar...novas saídas.

Às vezes é preciso...apenas
Re-la-xar!
Um... dois, dois em um.

Mesmo que dois não ocupem
O mesmo lugar no espaço,
Ainda assim podem dividir...um!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Alquimia


A borracha apaga,
A água limpa,
O vento leva
E a memória guarda.

Doce é o tempo que foi
Amargo é o tempo que há,
Onde não esqueço
Só...lamento!

Virar às páginas?
Se ainda podem ser relidas.
Rasgá-las...melhor,
Queimá-las...sem dó.

Das linhas escritas,
Da taça tingida,
Que o vento...leve...
As cinzas!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Jardim


Amigo de verdade
Não vai...fica!
O tempo pode passar,
Que os laços se fortalecem...crescem!

Das risadas juntos,
Das preocupações divididas,
Do sermão ao conselho,
Do drama a comédia,
Das confissões inconfessáveis,
A-MI-ZA-DE!

Amor sincero e correspondido
Onde os ombros nunca pesam,
Apenas esperam amparar
Algumas lágrimas...
Muitos sorrisos e no fim abraçar.

Bom...ter amigos,
Melhor ainda ser chamado assim.
Meus amigos são flores,
Meu coração um jardim!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tocante



Invejo tua boca,
A língua, a saliva,
O hálito quente,
Que convivem em harmonia
Em um lugar onde eu queria estar!

Invejo este ar,
Que inspiras, expiras...que sorves,
Que necessitas,
Pois, é ele quem te enche de vida.

Invejo a água da chuva,
Que lava teu corpo,
Que arrepia tua pele
E que acalma tua alma envolta em tempestades.

Invejo tuas roupas,
Que te vestem,
Que te aquecem,
E que mesmo quando te despes
Ainda ... estão impregnadas de ti!

Invejo
A língua, a chuva, as roupas.
Invejo a simples possibilidade,
De quem possa te tocar!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ré-encontro



Estive esperando
Por tanto tempo,
Que nem me lembro
Quando comecei a esperar.

Estive sonhando
Tão profundamente,
Que propositalmente
Esqueci de acordar.

Encontrei-me...então
Parada entre a espera e o sonho,
Na data e hora marcadas.
Esquecendo que o mundo não para
Só para observar a chegada
De quem um dia
Em dois... partiu...
Nossos caminhos e um coração!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Em-fim...


Na cadeira de balanço
O vento dança,
A idade avança
E às mãos procuram por acolhida.

No espelho
O reflexo é outro,
Mira-se com esforço,
Novos traços
Em um rosto antigo.

O tempo...ancião,
Balanço...mão,
Passos...passados!

Vida que avança
Sempre para o contrário.
Para o momento
Em que os ponteiros...param!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

No Fogo


Um braseiro,
Uma fogueira,
Chamas ardendo,
Dentro...fora...
O rosto cora.

Não me sopre
Que a chama aumenta.
Não me toque
Que o meu corpo queima.
Não se ponha
Ao meu alcance.

Braseiro, fogueira...
Da faísca do olhar, do incêndio do beijo,
Até as cinzas que nos tornamos.
O fogo que arde e não vemos,
Fere e nos faz mais humanos.
Mas isso só aprendemos...
Queimando!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Meu pago


Minha terra tem Figueiras
Onde à sombra sentamos
Para matear;
Quero-queros dão passos
Precisos e nunca deixam de nos observar.

Minha terra como a de “outros”,
Também é a mais especial.
Sua natureza todinha
Traduz em prosa e linha,
A paixão por esse chão.

Não me importa a quantidade de estrelas
De Flores, de bosques...
Só a de “amores”, e esses...são muitos!
Os campos cobertos de pastos, de gados,
De plantações, de criações...extensões da vida.

Da vida daquele que sela,
Que toma em suas mãos as rédeas
De seu futuro...do seu chão.
O rincão abençoado pela colheita,
Pela geada tão fria
Que torna cada manhã nascida
Uma jornada de gratidão.

Minha terra é meu pago querido
Onde cada sonho de menina e menino,
É embalado pelo vento frio do “Minuano”.
Onde fazemos guaridas em baias
Bem construídas
Com bases em nosso coração!



PS: Depois de uma viagem cruzando o Rio Grande...sentada no banco do carona, essas imagens estavam em minha retina.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Pró-Cura


Procuro um verso
Que possa marcar este momento,
Que transborde em gotas do meu pensamento.

Procuro um verbo
Que revele o que sinto,
Que torne o presente... infinito.

Procuro viver
O que quero esquecer
Esgotando as possibilidades
As fronteiras
As barreiras
Preenchendo os vazios
Deixados por você.