quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Projeções


E toda manhã,
Você vem e chega...
Sempre capaz de nuances
De tanta delicadeza!
Levando o meu olhar,
Levando-me a sonhar!

Memórias e folhas secas


Estações,
Mudanças...
Deixando folhas
Pelo caminho.
[O tempo se faz vento
e se encarrega de levá-las.]

Antes, porém,
Ao vê-las ali
Espalhadas...
Sinto certa melancolia
Por ter que deixá-las.

E então, me surpreendo!

Ao abrir o livro
Que sempre escrevo;
Encontro algumas delas!
[as mais ternas]
Marcando em amarelo
Algumas páginas...
[devem ter entrado com o vento
por minhas janelas]

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Transposição


A palavra
Nasce da emoção!
Que procura por entre
Vogais e consoantes...
Tradução!

Buscando a vida
Em cada mal traçada linha.
Tentando ser fotografia,
Daqueles pequenos instantes
Que em si são flashes...sem volta!

A palavra dita nem sempre é certa,
Pode ser torta.
De qualquer forma ela
Abre portas!
Salta dos olhos
Transborda...
Como cada lágrima que se torna rima!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Meu-bem-querer



Quero flores,
Amores,
Beijos,
Abraços,
Sorrisos,
Cores.
Nada de dores,
Ou, rancores!
E desse querer...
Um jardim!
Inteirinho,
Feito com pedacinhos
De mim...

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pedido ao tempo



Ah! Estes momentos...
Quando não sei
Onde termino
Ou começo!
Só peço...
Para que tarde em amanhecer.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Beije-me...sou flor!


Te vendo ali
Aparentemente parado
O coraçãozinho acelerado,
Entendo o porquê já que
O momento é delicado...
E ele então a beija!
Suavemente,
Mas rápido,
Como se fugisse do próximo
Passo: a paixão!
E segue o seu rumo o beija-flor
Extraindo de cada uma delas
Apenas o necessário...
Ganhando forças para novos voos.


[Ah! Quisera ter asas,
mas sou flor!]

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ponteiros


E o tempo parece passar lentamente...
Parece, mas não está lento o tempo!
São apenas os ponteiros,
Porque os segundos,
Os minutos,
E, às horas estão todos fora...
Basta olhar pela janela:
E o vento que leva as folhas,
E o dia que dá lugar à noite,
E o amadurecer que não é só a idade.
A máquina pode até parar,
Já o tempo...sopra sem cessar!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Empreguiçada...


Dia chuvoso,
Preguiça batendo à porta.
Sem muito esforço ela
Me pega pela mão,
Beija a minha testa.
Resignada lhe digo baixinho:
- Vou dormir só um pouquinho!
Ela jocosa afaga meu cabelo
E apenas constata:
- Pouco pode ser o tempo da garoa
Ou quem sabe...a tarde toda!

domingo, 20 de outubro de 2013

Para viagem...


Sapatinhos vermelhos,
Coragem de leão,
Coração sem ferrugem,
Cérebro em ebulição!
Algumas pedras são
Caminho...outras não.
Bagagem?
Canções,
Amizade,
Felicidade,
O lar...
Nada está além
De onde se quer chegar!

E para cada chuva que termina
Guarde sempre...
Um pouco de cor,
Um pouco de tinta!




sábado, 19 de outubro de 2013

Pêndulo


No balanço...
Para frente
E para trás;
Para trás
E para frente!
Vouuuuu para outro lugar.
Endereço tão perto,
E algumas vezes distante,
Movimento... recordar!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Particular

Sou carne,
Alma,
Espinho,
Flor,
Luz,
Nuvens,
Bruxa,
Fada,
Princesa desencantada...
Ledice,
E...dor!
Mas de todas elas
A parte que a mim
É mais cara,
Mais terna,
E sincera
É aquela quando sou amor!



Centelha


Nu... breu!
Onde há luz
Se faz por entre às margens,
Curvas,
Retas,
Seta,
Montes,
Doces paisagens...
Palmo a palmo
Descobertas,
Em uma geografia incerta...
Mas...elétrica!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para o espaço


Bagagem... peso sobre os ombros!
Um pesar
Que custa em passar.

Um nó na garganta...
Um grito mudo
Para ouvidos surdos.

...olhos alagados,
Transbordam...
Um mar de sentir!

Volto-me para as estrelas!
...Espaço!
Sempre gentil e necessário;
Sem gravidade...só... assim...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ilustre visitante


A felicidade é uma visita engraçada...
A gente se prepara,
Enfeita bem a casa,
Ela não vem, ou, se atrasa!

E no dia
Em que tudo está de pernas
Para o ar
Ela nos sorri e entra sem pedir.

Vou lhe oferecer
Café com um bolo,
Recémmmmmm... saído do forno!
Quem sabe assim ela tarde
Em partir?!

Deserto


Não me entristeço
Pela ilusão!
Só permanece a sede...
Por que há miragens
Tão longe dos oásis?
Culpa da falta d’água...
Que nos faz sedentos,
Vulneráveis...


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Com-sentir!

Meus olhos
Te escutam,
Minhas mãos salivam
Por teu corpo,
Minha boca se esforça
Para percorrer
A cartografia
Do teu pescoço...

Ouvidos impregnados
Das notas de ti...
Doces,
Amargas,
Encharcadas,
Perfumadas...

Físico,
Químico,
Explícito!
O gosto,
O gozo,
Quando provo de ti!





Flor-de-mim


Fui grão,
Cresci!
Floresço...
Independente da estação.
É só cuidar com carinho...
...um pouco de sol,
... vento,
Abraços e sorrisos;
Que minhas pétalas se abrem
Em festa!
Meu coração assim...
É permanente primavera!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Leve-me



E de repente fiz-me
Calmaria
Mesmo em meio à ventania!

Porque se o vento
Me carrega faço-me
Folha bailarina.

sábado, 17 de agosto de 2013

Beije a flor



No canto dos pássaros
Notas de felicidade!
No canto da boca
Nota-se:
Um desejo disfarçado...
De sorriso em flor!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

In permanência


A impermanência
É a essência
Mais óbvia da vida.

E o que começa... sejam
Histórias,
Sentimentos,
Um dia...
Nada é para sempre,
Tudo termina!

E essa fugacidade é
O que torna os instantes apreendidos
Tão,tão... bonitos!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Microcosmos


Das minhas falas tontas,
Dos tropeços e falhas,
Da loucura pela luz
Ora do Sol, ora da Lua,
Da entrega aos sentimentos,
Da embriaguez por palavras...
Não vejo cura!
Só há constatação...
Existem (resistem!)
Infinitos universos,
E, apenas uma órbita:
Meu coração...

Luvas



Frio,
Vento,
Manhã dourada...
Diferentemente encantada!
Pois, fora nela
Que as minhas mãos frias
Encontraram as tuas.
E, ainda que mesmo nuas...
Fizeram-se para mim
Um par perfeito...luvas.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Alheios

E o mundo parou!
Parou naquele instante,
Nada petreficante
Ao contrário...
Fervente, movente!
Um momento...
Fora do convencional tempo.
Porém, o suficiente
Para fazer o impossível:
Esquecer que a "gravidade"
Existe...
Ou, mesmo se "há" realidade!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Luz nos olhos


Luz que toca às folhas,
Que ilumia à rua,
Que atravessa às nuvens,
Que toca o travesseiro,
Que aquece a ponta dos cabelos...
Luz que abre com facilidade
Um sorriso de bom tempo...
Ah claridade!
Quanta felicidade,
No abrir os olhos e ver
Tudo o que o escuro é capaz de esconder.

domingo, 9 de junho de 2013

Flora



No pé daquela árvore
Plantei um pensamento,
Puro, preciso, sincero.

Consigo escutar a música,
Sentir os raios de sol,
Provar das lágrimas como se fossem vinho...
E no abraço entregar o sorriso.

Descalça,
Terra entre os dedos,
Flores e folhas sobre os cabelos.
Plantei um sonho de fada,
Não um conto, mas um desejo...

Onde se planta o coração
É solo sagrado,
E está sacramentado
Que é assim que fazemos o chamado: destino!




segunda-feira, 3 de junho de 2013

Miragem




E naqueles olhos claros
Vejo...
Toda a claridade,
E, quando iluminam aos meus,
Visão da felicidade!

E naqueles braços
Toda a ternura,
Paixão misturada à doçura
Nó que não posso (e nem quero)
Desatar... preciso dele
Para me encontrar.

E nesse deserto
Onde tu, águas, me falta
É possível encontrar-te nos sonhos.
Nas palavras que provo,
Sou capaz de sentir o teu gosto,
Saciar a minha sede e voltar a caminhar de novo.

Por isso...
Não me desperte,
Deixe-me delirar mais um pouco.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Onírico



A clave de sol
É o sol na janela!
E os olhos se abrem
É finda a espera.

E a luz que invade
Lá, aqui,si...
São os primeiros acordes
Que tocam para mim.

E a vida recomeça
Sem ter acabado,
Apenas um breve intervalo:
Entre os sonhos e o despertar!
Melhor é abrir os olhos...
E manter a capacidade de sonhar.



segunda-feira, 13 de maio de 2013

De-Lírio



Quero a tua boca no meu ouvido,
Sussurando em um beijo
O que os teus olhos gritam!

Quero a tua barba roçando
Às flores do meu vestido,
Me entregando em pétalas
Sou jardim em festa!

Quero...
Um querer que é meio um desatino!

sábado, 4 de maio de 2013

Carinho



Sonhei um sonho
De passarinho!
Onde tudo o que precisava
Era re-pousar meu corpo
Em um abraço gostoso
Tal qual em um ninho.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Se eu te beijar…o que acontece?




Um beijo
Não são só os lábios,
Não são só línguas,
São cheiros, gostos...anseios!

A boca chama a outra boca...
Buscando dizer sem palavras
O que quer:
Sorver, beber, lamber...morder...

Um beijo pode começar nos olhos,
Os olhos buscam a boca,
A boca saliva pelo beijo,
Ou seca de desejo.

Línguas se cruzam,
Céus são tocados,
Anjos ficam endiabrados!
E uma corrente percorre o corpo
No sangue intensidade...eletricidade!!!

Do arrepio ao quente
Da reserva a entrega
Incrível que mesmo quando não usamos palavras
A boca ainda assim...
Diz...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Pequena valsa



Te convidei para dançar
Mesmo não havendo música.
Queria que escutasses
O tilintar das estrelas,
A doce sutileza,
Das notas... em meu olhar.
E assim, eu faria
Nessa simples melodia
De nós dois
Um par.


domingo, 21 de abril de 2013

Bela adormecida




Deitada em seu quarto, despertara abruptamente com uma briga entre cachorros que findará cinco minutos após ela ter acordado. O sono já não lhe fazia mais companhia, e, então sem querer levantar e sem poder dormir, ficou a fitar o teto, como se esperasse que o mesmo lhe tivesse alguma grande revelação a fazer. Ele revelará apenas algumas infiltrações e rachaduras que passavam despercebidas no dia-a-dia, mas nada além disso, nada. Passou a observar as paredes azuis, os quadros dependurados, o guarda-roupas, a penteadeira, a roupa jogada sobre a cadeira, os sapatos ao lado da cama. Aquela pequena atmosfera era tão calma quanto ela, tão simples, que parecia possível fundirem-se nos pensamentos, em pequenos atos cotidianos de cumplicidade. Os espelhos conheciam melhor do que ela o seu corpo, os traços de seu rosto, as lágrimas em que algumas vezes seus olhos se afogaram... aquele olhar e o sorriso de quando colocava um batom vermelho nos lábios sabendo que iria beijar. No entanto, o mais aterrador foi quando percebera que gostaria de partilhar seu pequeno universo, pois, sabia que ainda tinha muitos segredos a revelar, até mesmo para os seus cúmplices inanimados...outras curvas, risos, penteados, novas músicas, outros livros. E então, voltou seu olhar novamente ao teto, e deu um sorriso maroto, aquele concentrado no canto da boca, como quem diz: pode esperar! Fechou os olhos e caiu em um sono tranquilo, daqueles que só os tem quem consegue sonhar acordado.

sábado, 20 de abril de 2013

Cartografia



O lugar do triste
Deve ser pequeno.
Talvez um porto,
Uma paragem,
Nada de ancoragem,
Só uma passagem.

Chora-se um pouco,
Esbraveja-se com o mundo,
E dói...mas passa!
Chegam os novos ventos,
Novos tempos,
Outros rumos!

E a gente lembra,
Para ter a certeza
De que ao encontrar o contrário
Havemos de abrir largamente os braços,
E se entregar na impermanência
Na inconstância,
Mas na beleza
Do feliz que podemos ser...
Ousamos ficar!

Por hoje, ou amanhã,
Por dias, ou anos,
Por um minuto,ou um segundo,
“É melhor ser alegre do que triste"
A alegria é possível e existe,
Tudo é questão de sabermos...
Navegar.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Tempo



Na busca pelas palavras certas
Ou mesmo utilizando as erradas,
Tento... parar o tempo!

Como se fosse possível
Um cheiro,
Um gosto,
Um abraço,
Perpetuarem-se
E assim serem revisitados...
Novamente apreciados!

Porém, as palavras não param o tempo,
Mas o tornam memorável...
Sonoro,
Onírico,
Idílico,
Degustável aos olhos.

E o tempo e o ser
Se fundem e confundem,
E transbordam em inspiração!

E então, ainda que não possa
Parar o tempo,
É possível sempre relê-lo,
Como um velho e querido livro
Do qual a poeira
Não sai de nossas mãos!


domingo, 24 de março de 2013

Tecendo o tempo



Fragilidade,
Frágil – idade.
Todas elas!

Daquele que nasce,
Do mesmo que cresce
E também do que adormece
Despertando-nos dor.

Docilidade,
Doce-idade.
Todas elas!

Daqueles que sabem,
Que entre os tropeços,
Beijos...acertos, novos tropeços,
É possível o amor.

Simplicidade,
Simples-idade...
Todas elas!

Daquele que se entrega,
De mãos abertas
Na fé de viver...
Sem temer a dor.

E o tempo, então... tecido!
Frágil,
Doce e simples,
Tingido...
Fio a fio
Com a nossa cor.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Fazendo Arte II




E cantei,
Decantei,
Inventei uma composição.
Água e óleo na mistura
Tela em branco,
Mente nua
E pintura a quatro mãos!

Em Monet,
Em Renoir,
Quase sem poder respirar!
Um mergulho em tantas cores
Assinadas com o beijo
De uma obra que não se quer acabar.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sinfonia



Não quero adiar a festa,
Não quero perder para o medo,
Não faço questão de segredos.

Então danço,
Beijo,
E amo.

Porque depois da noite
Vem o dia...

Com uma nova sinfonia
Que só pode ser ouvida
Uma única vez!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sopro



Há certa atmosfera
Que me circunda
E a qual respiro...
...transpiro!

Certo ar de chuva,
Vento leve,
Tarde cinza,
Calor que logo se dissipa.

E nas doces gotas
Nasce meu orvalho
E, então as folhas
Sorvem os meus pensamentos.

Sob a sombra da figueira
Conforto-proteção.
E ao fechar os olhos
Abre-se o coração.

Então...sopro...
A mim...as minhas folhas...
Aos meus sonhos...e as minhas escolhas.

Ventando,
In-ventando,
Brisando,
Levando...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Poetizar





Poetizando a gente vai
Enfeitando,
Transformando...
Dor vira canção,
Frases...rimas,
Vagalume vira estrela,
Corpo vira escultura,
Sapo...príncipe encantando,
E os pensamentos encasulados...
Voam em bando...borboleteando!

Poetizando a gente vai
Se curando,
Despertando!
Cantando dores,
Rimando amores,
Vagalumeando o céu,
Esculpindo os desejos,
Encantando a vida,
E voando...
Buscando em nossos dias
A sinfonia simples da poesia.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Saudade




A saudade que salga
E faz meu pequeno mar
Transbordar...
Afogando as meninas
De meu olhar.

A saudade singular
Que pluraliza
Em muitos "s"
...as ausências.

A saudade desmedida
E que quando sentida
Multiplica-se infinita
Uma conta doída!

Ah! Saudade!
Chegas sem pedir passagem,
E mesmo assim nos leva em viagem.

Saudade com gosto,
Saudade em saudades,
Saudade imensa, intensa.

Saudade até que é bom,
Mas bom mesmo...
É matar a saudade.
Algo não criminoso!
E de preferência com um abraço gostoso.

Há Saudade!




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Delicadeza





O delicado sempre me encanta!
E sua raridade,
Torna cada percepção sua
Uma preciosidade.

Um bom dia!
Um sorriso,
Um abraço,
Um olhar amigo...

Delicadeza!!!
Generosidade,
De quem reparte com o mundo
Um amor mais profundo...
Porque ama simplesmente!
Algo não tão simples assim.

E afaga suavemente
O "presente"
... o existir!