segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ré-encontro



Estive esperando
Por tanto tempo,
Que nem me lembro
Quando comecei a esperar.

Estive sonhando
Tão profundamente,
Que propositalmente
Esqueci de acordar.

Encontrei-me...então
Parada entre a espera e o sonho,
Na data e hora marcadas.
Esquecendo que o mundo não para
Só para observar a chegada
De quem um dia
Em dois... partiu...
Nossos caminhos e um coração!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Em-fim...


Na cadeira de balanço
O vento dança,
A idade avança
E às mãos procuram por acolhida.

No espelho
O reflexo é outro,
Mira-se com esforço,
Novos traços
Em um rosto antigo.

O tempo...ancião,
Balanço...mão,
Passos...passados!

Vida que avança
Sempre para o contrário.
Para o momento
Em que os ponteiros...param!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

No Fogo


Um braseiro,
Uma fogueira,
Chamas ardendo,
Dentro...fora...
O rosto cora.

Não me sopre
Que a chama aumenta.
Não me toque
Que o meu corpo queima.
Não se ponha
Ao meu alcance.

Braseiro, fogueira...
Da faísca do olhar, do incêndio do beijo,
Até as cinzas que nos tornamos.
O fogo que arde e não vemos,
Fere e nos faz mais humanos.
Mas isso só aprendemos...
Queimando!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Meu pago


Minha terra tem Figueiras
Onde à sombra sentamos
Para matear;
Quero-queros dão passos
Precisos e nunca deixam de nos observar.

Minha terra como a de “outros”,
Também é a mais especial.
Sua natureza todinha
Traduz em prosa e linha,
A paixão por esse chão.

Não me importa a quantidade de estrelas
De Flores, de bosques...
Só a de “amores”, e esses...são muitos!
Os campos cobertos de pastos, de gados,
De plantações, de criações...extensões da vida.

Da vida daquele que sela,
Que toma em suas mãos as rédeas
De seu futuro...do seu chão.
O rincão abençoado pela colheita,
Pela geada tão fria
Que torna cada manhã nascida
Uma jornada de gratidão.

Minha terra é meu pago querido
Onde cada sonho de menina e menino,
É embalado pelo vento frio do “Minuano”.
Onde fazemos guaridas em baias
Bem construídas
Com bases em nosso coração!



PS: Depois de uma viagem cruzando o Rio Grande...sentada no banco do carona, essas imagens estavam em minha retina.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Pró-Cura


Procuro um verso
Que possa marcar este momento,
Que transborde em gotas do meu pensamento.

Procuro um verbo
Que revele o que sinto,
Que torne o presente... infinito.

Procuro viver
O que quero esquecer
Esgotando as possibilidades
As fronteiras
As barreiras
Preenchendo os vazios
Deixados por você.