Este será um espaço para dividir com todos alguns pensamentos, alguns sentimentos que transbordam em mim, algumas…palavras…as maiores ferramentas humanas na busca pela expressão.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Peregrinos
Quando caminhamos
Nosso passo é o que importa
Nossa rota,
Rotina,
Ida.
Nas ruas somos muitos
Todos no rumo de algum lugar
Frenéticas pernas,
Cabeças dispersas...em si mesmas.
Quantas vidas divididas
Ainda que só de passagem.
O casal de idosos...
Passos lentos agora,
Mãos calejadas, mas dadas.
O vendedor que canta
Puxando suas malas,
Vestido de terno e gravata,
Em versos dizendo:
“Oh! Senhor obrigado...obrigadoooo”.
...Histórias de espectadores ausentes!
Nas esquinas que se encontram
Os rostos se acumulam
Sorrisos, olhares, preocupações...
Navegamos por distintas direções.
E ainda que perto
Sempre somos sós
Nós
Nó
Só.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Convite
O Sol chama
Clama: - Levanta!
Convida...
Vem para a vida!
O Vento balança
Lança...
Emaranha...
Cabelos soltos, fios de sonhos!
Olhos iluminados, inundados de formas.
Boca beijada pelo invisível.
Aceite a chama
O convite à dança...
A entrega à delicadeza
É o alívio de incertezas
E do que é certo também
A finitude... mãe de nossas inquietudes.
Que brilhe o Sol
Que sopre o Vento!
Vamos nos embriagar de vida
Vamos celebrar à cada novo dia.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Noturno
Que seria da noite
Sem a lascívia dos amantes,
Sem a algazarra dos bares,
Sem os gatos ouriçados,
Sem o som dos passos nas calçadas?
Um céu em breu
Manchado de vermelho
Gerando um cinza intenso
Encobrindo segredos.
Não precisamos ser mascarados....somos pardos!
Sonhos para alguns,
Despertar para outros.
A sedução da noite
É atear a imaginação ao fogo...
E queimar a realidade.
domingo, 21 de novembro de 2010
Instantes
Um instante
Um riscar o fósforo
Um piscar de olhos
A beleza do fugaz.
No agora
Entre o antes e o depois
Em um tempo desprovido
De precisão
Entre milésimos ou centésimos
De segundos...um mundo.
Nos raios de Sol que batem entre as folhas
O verde se faz dourado
Por pouco tempo
Momentos,
Intensos,
Agora já... não mais.
É no tempo fora do relógio
Em datas não marcadas
Que a vida nos surpreende.
Pequenas delicadezas diante de nós
Que apenas quando sós...sentimos.
Por apenas alguns instantes
Não raros
Mas sutis
É possível se maravilhar
Descobrindo...que sempre há muito a se descobrir.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Ode à música
Queria ser a corda
A tecla, a nota
A música que outrora ouvi.
Algo que toma o ar
Entra pelos ouvidos
E atinge o coração.
O dedilhar no piano
A precisão no violino
O virtuosismo...a devoção!
Todavia, não sou essa flecha
Que acerta, arrebata... mas não mata
Sou sua dependente...entorpecida
Pois, música é vida e nos completa
Dá cor ao vento
E partitura ao amor.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Fora do tempo
Às vezes...queria ser mais imprudente
Mergulhar em uma taça de vinho
E esquecer todas as pedras do caminho.
Às vezes...queria ser mais calmaria
Sentar na beira da praia
E apenas deixar o vento e o mar....me levar!
Às vezes...queria ser mais silêncio
Parar quietinha no meu canto
E ouvir apenas meu coração falando.
Às vezes...poucas, muitas, ...incontáveis vezes
Queria apenas um afago na alma
Uma pitada de calma
Deixar as lágrimas
...e sorrir.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Tango
Notas rompem o ar
Ela vai...ele vem
O começo é vertical
No desejo o drama:
Sou sua? És de ninguém!
As mãos se tocam
A dela repousa no ombro em busca de apoio
A dele na cintura em busca de novas vias
Acesso as curvas...que surgem in-fi-ni-tas
Os olhares se cruzam
As pernas se laçam
Entrelaçam... se roçam...se tocam
Desafiam... se confundem...se fundem.
No semblante dos amantes
Sofreguidão, drama,
Paixão, volúpia.
No compasso marcado
As batidas do coração.
Os lábios se encontram
Quase se tocam
Respiração ofegante
Hálito quente...impaciente!
Os dois já são um
Termina a música...
E o Tango apenas começou!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Da á-vida boca
A lógica da boca é tão primitiva,
Instintiva,
Necessária,
É no entreabrir...um desabrochar!
Um nascimento de declarações e revelações.
Nos lábios cerrados...um possível sorriso
Nos lábios mordidos...um pequeno delito
A boca entrega...mesmo quando se faz quieta!
Esquecendo qualquer regramento
Entregues apenas aos seus desejos
A boca tem fome!
Quer sorver a vida
E nos faz comida
Por puro prazer.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Refletindo
Eu sou aquela que chora
Aquela que cora
E a mesma que devora
Contradição?
Meu espelho me dá indícios
Do que possivelmente aparento
Mas mente...
Não é tão simples assim.
O que reflito não é uma totalidade
Mas parte...de partes.
Na busca por alguma resposta
Poderia dar a mais óbvia
Sou tão simples e tão complicada...sou comum!
Mas prefiro dizer que esses sempre serão
Fragmentos... pequenos momentos de mim.
A parte mais profunda ainda está escondida
O Narciso em mim também mergulhou!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Sonhos de Julieta
A insanidade do amor
A busca do amor
A sede do amor
Não há muros bastante altos
Não há perigos que não possam ser enfrentados
Não há nada mais importante
Deve-se ter cuidado
Um olhar inofensivo basta
E uma pequena faísca
É suficiente para incandescer a alma
Queimar o corpo e nos tornar brasas
No hálito o sopro que nos faz divinos
Nos olhos a janela para o outro
Nas mãos o toque que nos permite ir além
O amor nos faz valentes
E o perigo tomado como iminente
É o de perder essa vivacidade
Essa necessidade de amar
E por isso que ainda existem Julietas que sonham dizer:
Toma-me e leva-me
AmOR-meu
RoMEU...
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Entre os lençóis
Na noite escura
No quarto quase em breu
Tateando a cama
À procura do que era meu
Teu cheiro ainda está no travesseiro
Teu toque ainda está em meus cabelos
Teu gosto...faz salivar minha memória
E teu corpo tem o peso dos meus desejos
A luz que atravessava a fresta
Iluminava furtivamente as tuas costas
Tão largas, tão másculas
Que nelas buscava um pouso
A ausência de ti
Se faz presente...insistentemente
E esse vazio preenche meus pensamentos
E nessa noite...ainda que sozinha
Tu és minha companhia
Entre os lençóis e eu...você!
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Insuficiente
Te dei um sorriso
E não iluminei tua face
Te entreguei algumas alegrias
E ainda assim...ficastes triste.
Confiei em tuas palavras
E quis te ver feliz
Desejei sinceramente que tivesses orgulho de mim
E ainda assim...não foi o suficiente
Tua eterna necessidade
Suga minhas forças
Não sei mais o que fazer
Ser quem sou não é reconfortante
Quando sei que em tuas expectativas
Não sou a medida
Não sei se me amas
Ou a quem gostarias que eu fosse
Ainda assim...te amei
Te amo
Mesmo que ainda aches pouco
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Contemplar
Memória é um exercício de reviver
Não da mesma forma
Nem do mesmo jeito
Mas revisitando uma emoção
Minha tarde de ontem
Volta para mim
Agora como celebração
De meu pequeno universo...meu coração
Éramos eu, o sol, os pássaros e o pinheiro
O sol do fim da tarde... da quase noite
Os pássaros voando baixo...regressando aos ninhos
E o pinheiro tão antigo...lembrando-me que a longevidade é grandeza.
E eu, testemunha de uma imagem que para mim fez-se em pintura.
Um quadro para recordar
Um momento para não esquecer.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Pais e filha
Quando era criança
Ele parecia saber de tudo, ainda era tempo do vídeo cassete e era só o filme começar e alguns nomes aparecerem na tela e a pronuncia começava, para mim era inglês e perfeito...sem defeitos.
Quando era criança
Não sabia desenhar e então recorria a ele e em alguns instantes a cartolina virava tela.
Quando era criança
Ela escolhia minhas roupas, me vestia de rosa e prendia meus cabelos, me levava para escola.
Quando era criança
O zelo era tanto, que ela achava demais estudar, pensava que eu sempre sabia...e que mesmo que não soubesse aprenderia, por isso podia faltar quando chovia.
Quando era criança
Me ensinaram a andar, amar, brincar...falar, tantas coisas, tantos momentos.
Com eles aprendi (ainda aprendo)
Dias hoje tão distantes
E tão especiais.
Não sou mais criança
Meus dois apoios agora também se apóiam em mim
Às vezes nem acredito que sai de dentro daquela pequena
Que o mesmo homem que hoje dorme durante os filmes me levava a locadora para escolher o que veríamos.
Sinto-me pequena diante da generosidade de quem me deu a vida e ao mesmo tempo tão feliz porque são eles com todos os seus defeitos e qualidades, aqueles a quem chamo de pai e de mãe.
Não sou mais criança
Não sou tão criança
Talvez...
Sempre vou precisar de vocês!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Da calma
A imensidão em mim
Procura um repouso longe... distante...fora de alcance.
Não raras vezes me remeto ao céu
Onde os dias brilhantes de sol
E às noites claras de lua
Lembram-me de outras dimensões
Valorizando os problemas
Dissimulando emoções
Meu amplo torna-se pequeno
Meu sofrimento é sempre vão
Ando procurando diluir o meu caminho
Na água, na chuva, na lua.
Esqueci da existência de dragões
Eles não estão lá...estão aqui!
Mergulhei lavando a alma
Respirei encontrando a calma
Enchi meus olhos de luz
E naquele momento
Sentindo o vento e contemplando o céu
A real grandeza fez parte de mim.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Meu cálice
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Há tempo
Há dias tão tristes em que até mesmo a natureza parece sofrer.
Dias em que a chuva cai sem cessar como um choro constante de quem não consegue deter as lágrimas.
Dias de céu cinza como uma face taciturna e muda.
Dias de vento furioso que parece querer levar consigo tudo o que encontra pelo caminho.
Dias de melancolia!
O bom é que sabemos que esses dias, são apenas dias...e sempre chegam ao fim.
Por mais que chova... o sol sempre volta.
Por mais que vente... a fúria passa.
E os sentimentos assim são ...ora claro e luminosos ora frio e nebulosos...amanhecendo e adormecendo... desabrochando e murchando...
Nos fazem primavera! Nos levam do calor ao frio...e fazem de nossas estações a constante lembrança de quem sempre podemos ser...transformados pelo tempo.
domingo, 12 de setembro de 2010
Quixotismo
São gigantes ou são moinhos?
São batalhas ou ilusões?
É a razão ou a ilusão?
Quem nos conduz pela mão
Quando nos perdemos por nossos sonhos?
Ainda assim...avançamos
Inconstantes em nossa marcha
Pintando a realidade
Com tons fortes de inverdade
Moinhos não deixam de ser gigantes
Batalhas não deixam de ser ilusões
“Sonhar o sonho impossível”
É uma possibilidade
É uma janela para a liberdade.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Eu quero
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Esperando por dias de Sol
Uma casa
Uma varanda
Nuvens cinzas
No meio há brancas
Grama alta
De verde encanto
E no varal
As roupas dançam!
Por alguns instantes
O sol brilha
Vejo um pássaro
Que sozinho voa
Querendo as nuvens
Querendo o sol
Querendo o céu
Que também quero!
As nuvens
As brancas
As cinzas
Meu véu, minha fantasia
Ora, encobrindo a luz do dia
Ora, anunciando a chuva fina
Recolho as roupas
Paro na varanda
O vento sopra
Me sinto viva!
Sou como o pássaro
Que se lança ao céu
Porém agora…fecho a porta
Espero o tempo melhorar
Aguardo a volta
Do sol e de um céu tranqüilo
Para novamente voar!
Uma varanda
Nuvens cinzas
No meio há brancas
Grama alta
De verde encanto
E no varal
As roupas dançam!
Por alguns instantes
O sol brilha
Vejo um pássaro
Que sozinho voa
Querendo as nuvens
Querendo o sol
Querendo o céu
Que também quero!
As nuvens
As brancas
As cinzas
Meu véu, minha fantasia
Ora, encobrindo a luz do dia
Ora, anunciando a chuva fina
Recolho as roupas
Paro na varanda
O vento sopra
Me sinto viva!
Sou como o pássaro
Que se lança ao céu
Porém agora…fecho a porta
Espero o tempo melhorar
Aguardo a volta
Do sol e de um céu tranqüilo
Para novamente voar!